Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
Após tentar por três anos, Sérgio Dal Piva conseguiu agora a licença para abatedouro de peixes construído em Arroio Grande
Três anos, ou 36 meses, ou 1.095 dias. Esse foi o tempo médio que o piscicultor Sérgio Dal Piva, 62 anos, esperou por uma autorização para que o seu abatedouro de peixes pudesse entrar em funcionamento. Ele é proprietário da Piscicultura Bela Vista, que fica no distrito de Arroio Grande, distrito de Santa Maria, e atua na criação e comercialização de peixes há mais de 20 anos. Há cinco, ele iniciou o projeto de construção do abatedouro dos animais, com investimento em infraestrutura e até um frigorífico. No entanto, o sonho travou, há cerca de três anos, na burocracia para liberação para que o espaço entrasse em funcionamento. O prédio construído na propriedade rural de Dal Piva está parado desde então.
Apesar do alento, clamor é por mais chuva nas lavouras
- Foram três anos massacrantes. Uma demora que atrapalhou bastante. Eu já tinha contato com empresas para compra de equipamentos, mas tive de cancelar. Dispensei a equipe que tinha contratado para trabalhar em função da demora. Perdi o embalo e agora vou começar do zero. Recontratar pessoal, me organizar para iniciar o abate e a comercialização dos peixes. Acredito que, dentro de 30 dias, as atividades devem iniciar - desabafa o produtor.
A licença a que Dal Piva se refere é o certificado do Serviço de Inspeção Municipal (SIM), que foi emitido ontem pela prefeitura e assegura o controle de qualidade dos produtos de origem animal. Com esse documento, o produtor poderá inclusive prestar serviço a outros criadores, os quais integram a rede que abastece o Caminhão do Peixe da prefeitura, parado há mais de um ano por falta de fornecedor.
Drones como aliados no agronegócio
O local tem capacidade para abater 1 mil quilos de peixes por dia, mas isso vai depender da demanda de comercialização, segundo Dal Piva. A ideia é trabalhar com carpas, tilápias e jundiá produzidas na cidade.
A demora para liberar o espaço, segundo a Secretaria de Desenvolvimento Rural, ocorreu por falta de documentação. Conforme o titular da pasta, Rodrigo Menna Barreto, o abatedouro vinha, há algum tempo, juntando documentos para buscar a regularização e obter o certificado de inspeção. Mesmo assim, ele comemora a emissão da licença.
- O certificado do abatedouro possibilita que o Caminhão do Peixe retorne ao município, mas vai depender dos produtores, já que os abates são feitos periodicamente. É de extrema importância essa certificação, já que vai agregar valor aos produtos - disse o secretário.
*Com informações da assessoria da prefeitura de Santa Maria